Nutrição Infantil - Parte I

Bom dia, hoje eu vou dar início a uma série de posts sobre alimentação infantil! Nesses dias vou falar sobre a gravidade de ser uma criança obesa, as vantagens e desvantagens das guloseimas que as crianças gostam de comer, como fazer pratos criativos e nutritivos e outras dicas!
E pra começar, vamos falar sobre a obesidade infantil:



Foi a época em que ter filhos rechonchudos era motivo de orgulho, hoje a preocupação ocorre porque o filho fofinho de hoje, pode ser o obeso de amanhã. A realidade parecia distante, reservada para o país norte americano, já hoje os dados assustam: 
"No Brasil, o último inquérito nacional promovido pelo Ministério da Saúde e pelo IBGE data de 1996, mas já identificava 5% de crianças obesas na faixa de 0 a 5 anos. Hoje, novos levantamentos incluem nesse time 10% dos brasileirinhos de 5 a 10 anos. E um estudo recente, feito com 20 mil crianças em Santos, pasme, elevou para 40% a população mirim de obesos ou com sobrepeso. Para 2006, o governo promete conferir os números por meio de mais pesquisas. Enquanto isso, os médicos vão fazendo suas conjecturas a partir do que vêem nos consultórios. E o que eles dizem é assustador: cerca de 15% das nossas crianças já fazem parte da multidão de obesos que, se nada for feito, pode até dominar o planeta"

Como isso acontece?
Podemos dizer que é uma consequência dos novos tempos, pois as crianças não andam mais de bicicleta porque é perigoso circular pelas ruas, passam horas grudadas na TV ou plugadas na internet e entendem recreio como hora de comprar lanche.
Falta de exercícios, hábitos alimentares inadequados, ansiedade, bombardeio de anúncios de alimentos “gordos” na TV, vida familiar conturbada... — tudo isso pesa na balança. Literalmente. É claro que a genética também conta. Se um dos pais é obeso, a criança tem de 30% a 40% de chance de vir a ser. Se os dois são, o risco dobra. Mas, entre todos esses inimigos, o sedentarismo é o pior, e ainda por cima quando as crianças fazem algum exercício, são "recompensadas" com hambúrguer e batata frita não passam de meros paliativos.


É duro admitir, mas o nosso estilo de vida também vai para o banco dos réus. Sentar-se em torno da mesa, com a família reunida, e saborear uma refeição feita em casa, a conversa rolando gostosa, é raridade. Em vez disso, cada um come num horário, às pressas, em geral na praça de alimentação de shoppings e lanchonetes. “O fato de os pais passarem menos tempo com os filhos e assim terem pouca chance de lhes ensinar hábitos alimentares saudáveis também influi. Então se você pai/mãe se identifica com essa família moderna, está na hora de repensar hábitos que nunca deveriam ter acabado.



Geração Fast-food
Entenda que não é proibido ir de vez em quando a uma lanchonete, mas não dá para fazer disso um hábito, trocar refeições completas, comida caseira, por refeições em lanchonetes. é garantir uma ingestão excessiva de carboidratos.

Esse nutriente é importante e necessário. Mas, numa refeição saudável, deve ocupar 50% do cardápio, deixando espaço para 15% de proteína e 35% de gordura. Quando uma criança devora um pacote de bolacha na hora do lanche, está ingerindo o valor calórico equivalente a uma refeição completa e — pior — com uma predominância absoluta de carboidrato.
Para ensinar a moçada a comer direito, respeitando a proporção entre os nutrientes, faça um jogo: cada qual faz seu prato e quem abusar do carboidrato tem de compensar esse excesso pagando uma multa, não em dinheiro, mas com alguma forma de atividade física. A idéia é divertida e nasceu de um estudo da equipe de Taddei, realizado em 2004, depois de avaliar as propagandas veiculadas nos intervalos dos programas infantis das maiores redes de TV. A conclusão: 10% delas estimulavam a garotada a consumir biscoitos, refrigerantes e achocolatados, ao contrário do que acontece na Europa e nos Estados Unidos, onde os anúncios de alimentos hipercalóricos está proibido. “O carboidrato saudável não é o açúcar refinado, mas a frutose das frutas e os açúcares dos amidos e cereais”, ensina Taddei.
(Taddei: nutrólogo José Augusto Taddei, chefe da disciplina de nutrição e metabolismo da Unifesp)

 
Por que devo me preocupar?
Apelidos, gozação, preconceito — criança gordinha sofre. Se for obesa, então, nem se fala. As humilhações vêm em dobro e as alcunhas tornam-se ainda mais cruéis. O prejuízo, no entanto, não se limita à baixa auto-estima por causa da imagem refletida no espelho. O sobrepeso aumenta as chances de problemas ortopédicos, infecções respiratórias e de pele, sem falar nos conflitos emocionais que interferem no convívio social e na vida escolar. Recentemente descobriu-se que a obesidade infantil pode levar à cirrose hepática por causa da gordura que se deposita no fígado — distúrbio chamado de esteatose. Felizmente é possível detectar e reverter o mal se a criança perder peso.
No entanto, mesmo que a criança emagreça aos 10 anos, se foi obesa aos 5 já acumulou grande quantidade de tecido gorduroso, o que pode condená-la ao efeito sanfona para o resto da vida. Ou seja, nem todo garoto fofão se torna obrigatoriamente um adulto peso pesado. Mas que as chances são muito grandes, isso são. Criança obesa em idade pré-escolar tem 30% de chance de ser um adulto obeso; em idade escolar, 50%; caso continue muito gorda na adolescência, as probabilidades de crescer obesa sobem para 80%”. E se mantiver o shape rechonchudo e virar gente grande gorda, o caldo engrossa — pode desenvolver males crônicos, como diabete, hipertensão e doenças cardiovasculares.

Antes Previnir...
Botar criança de regime? Ninguém merece. Por isso fazer a cabeça da família desde a hora do parto, ensinando-a a rezar pela cartilha da alimentação saudável é importante. Se a mãe não gosta de determinado alimento, o filho também vai rejeitá-lo. Para ter pacientes saudáveis, portanto, os bons profissionais têm de pesquisar e eventualmente reorientar os hábitos alimentares da família — checar se fazem todas as refeições, quanto comem, se são chocólatras, se gostam de verduras e assim por diante.
Mesmo com pais bem-educados, pode ser que a criança já nasça com vocação para o junk food e caia na cilada do sobe-edesce da balança. Então, o jeito é partir para a reeducação alimentar. O importante não é transformar seu pequeno num neurótico contador de calorias e sim ajudá-lo a trocar os maus elementos pelos heróis da nutrição, usando receitas apetitosas, bonitas e coloridas e afastando da geladeira as tentações perigosas. Também não vale tentar acelerar a perda de peso. Isso acaba comprometendo o ritmo do crescimento — principalmente na fase da puberdade, entre 9 e 10 anos. Inibidores de apetite não são indicados para menores de 14 anos. Depois disso, só com expressa recomendação de um especialista. As armas para tirar seu filho das tristes estatísticas (ou evitar que ele venha a fazer parte delas) estão nas suas mãos. Basta adotar um estilo de vida equilibrado e partir para uma ação multidisciplinar entre médicos, nutricionistas e psicólogos.

Ser gordo dói

“O ‘gordinho feliz’ é um estereótipo cruel”, dispara Ligia Caran, doutora em psicologia clínica pela Pontifícia Universidade Católica, PUC, e coordenadora da área de diagnóstico infantil da Universidade Paulista (UNIP) e da Universidade São Marcos. “Todo obeso se sente pouco atraente e mal-amado — e a gordura é um jeito de mostrar que não está bem”, completa. Vários sintomas revelam o quanto a criança sofre.

• Alta ansiedade Come rápido, várias vezes e em grandes quantidades, na tentativa (sempre frustrada) de preencher com o alimento um vazio interior. É preciso descobrir o foco da ansiedade e outros fatores emocionais que causam o descontrole.

• Baixa auto-estima Tem vergonha do próprio corpo, reforçada pelo olhar crítico do outro. Cria-se, então, um círculo vicioso — quanto mais se envergonha, mais come. O quadro pode levar até à depressão.

• Isolamento Para evitar o preconceito, a criança gorda pode se refugiar na solidão, evitando o convívio social, o que repercute, entre outras coisas, no rendimento escolar.

• Falsa ousadia Buscando ser aceito pelo grupo, se transforma no engraçadinho da classe ou vira o rebelde que tem coragem de enfrentar a professora
.



Essa foi a primeira parte da série sobre nutrição infantil..
No próximo post eu vou dar dicas para fazer um prato atrativo e nutritivo.

Beijos,
Babi.
 
 

Comentários

Postagens mais visitadas